Qual a motivação em ser um síndico de condomínio?

Responsabilidade, dedicação, bom relacionamento, preparo, aprendizado, honestidade e muito planejamento. Essa são algumas das palavras e conceitos que fazem parte da vida e trajetória de um síndico de condomínio de sucesso. Ser um síndico de condomínio é uma curva de aprendizado que vai crescendo com o passar dos anos. Ou seja, quanto mais experiência você acumular neste cargo, melhor para o seu desempenho e para os condôminos, que veem em você o representante oficial de confiança do condomínio. No entanto, por mais que você tenha jeito para a coisa, ser um síndico de condomínio é muito mais difícil do que parece. Esse cargo exige de você disponibilidade para ouvir, evoluir e cumprir com promessas e até responsabilidades legais – veja aqui como se tornar um. Logo, isso mostra o quanto de dedicação precisa haver ocupar esta função. Sendo assim, por que se tornar um síndico de condomínio? É para contar sua trajetória nessa função e falar as motivações de se candidatar a este cargo é que fizemos uma entrevista exclusiva Rodrigo Machado Rodrigues, CEO da Allport. Neste bate-papo, Rodrigo, que foi síndico de condomínio entre 2003 e 2005 antes de fundar a Allport, contou o que motivou ele se candidatar neste cargo, bem como as dificuldades enfrentadas em seu mandato e as experiências que esta função trouxe a sua vida. Na entrevista, Rodrigo ainda fala da importância de uma empresa de terceirização de serviços para o sucesso da gestão do síndico de condomínio e dá dicas para que você tenha um mandato de sucesso em seu prédio! Curioso para descobrir o que deve te motivar dia após dia em ocupar um cargo tão importante como o do síndico de condomínio? Confira nossa entrevista!

Por que você resolveu embarcar nessa empreitada? O que te motivou ser síndico de condomínio?

Eu tinha ido morar em um condomínio pequeno de casas formado por 14 unidades. Nessa época, teve uma assembleia de síndico nesse condomínio e os condôminos queriam uma renovação. Porém, ninguém queria ser síndico. Como eu trabalhava com administração e achava que minha experiência como gestor poderia ajudar a melhorar a gestão do condomínio, eu me candidatei e venci. E essa foi minha maior motivação: ajudar o condomínio de alguma forma como síndico de condomínio, que por sua vez, carecia de muitas manutenções e melhorias.

Quais características você esperava entregar nesta função de síndico de condomínio?

Eu esperava fazer aquilo que a antiga gestão não fazia: ter organização e transparência na gestão, atributos esses que eram inerentes a meu dia a dia de administrador. Quando assumi o cargo, tinha uma reclamação muito grande dos condôminos sobre a falta de transparência da gestão. O síndico de condomínio que estava à frente há muitos anos nesta função não compartilhava as informações, tampouco suas decisões e as contas do condomínio. Eu fiz o oposto quando assumi como síndico de condomínio: comecei a agir com transparência, mostrando e prestando contas mensalmente. Também contratei uma administradora de condomínios e fiz rateios da maneira correta. A ideia era que o condomínio passasse ser mais organizado, profissional e transparente!

Como a experiência de síndico de condomínio agregou a sua vida? O que ela te trouxe para contribuir para que o Rodrigo se tornasse uma pessoa melhor?

Ser síndico de condomínio não é fácil. Lida-se muito com conflitos internos, gestão de pessoas, mexer com o dinheiro de outras pessoas. É complicado… Por isso, costumo dizer que você se torna síndico de condomínio por dois motivos: ou pelo amor, ou seja, algum morador que quer ajudar; ou pelo valor, ou seja, sendo remunerado para exercer este cargo. Porém, querendo ou não, o cargo de síndico de condomínio ainda é muito mal visto. E isso se mostrou um desafio muito grande para mim, que não estava acostumado com esta situação. Todo esse cenário foi uma grande quebra de paradigma, pois exigiu que eu me posicionasse durante o tempo todo de um jeito diferente. Precisava sempre mostrar minha transparência, entende? Afinal, ser síndico é isso: não basta ser, tem que mostrar sempre o quanto você é honesto.

Em sua experiência como síndico de condomínio, quais as maiores dificuldades enfrentadas por você nesta função?

A primeira é a questão financeira. Afinal, como o condomínio não é uma empresa, ele não dá lucro. Ele trabalha com um orçamento muito justo. Ou seja, qualquer desiquilíbrio como algum inadimplente, impacta diretamente a vida do condomínio. A segunda é a gestão de pessoas, que são os funcionários que fazem parte do condomínio. Lidar com isso também é um desafio gigantesco. Por fim existe a gestão de conflitos, que são os moradores. Neste caso, cada um tem um interesse próprio e nem todos sabem respeitar o direito de cada um. E quem media isso é o síndico de condomínio.

Como você fez para resolver estes problemas financeiros?

Na parte financeira, o construtor do condomínio ainda tinha algumas casas para vender. Como precisavam ser feitas muitas melhorias e obras nesse condomínio, eu o convenci de investir mais no condomínio sem rateio para valorizar os imóveis que ele tinha para vender e o patrimônio geral. Isso fez com que os moradores se sentissem mais valorizados ao verem o cuidado com o seu patrimônio. Isso implicou com que eles pagassem a cota condominial em dia para colaborar com a melhoria do lugar, mantendo assim o caixa do condomínio sempre saudável.

E para os demais problemas de gestão de pessoas e de conflitos? Quais foram suas medidas?

Para a gestão de pessoas, como a gestão financeira começou a dar resultados, contratamos um funcionário próprio do condomínio para cuidar do dia a dia do lugar como limpeza, manutenção e conservação. Já para a gestão de conflitos, uma coisa muito comum na vida em condomínio é o morador não conhecer seus próprios vizinhos. Então, para quebrar isso, logo quando eu me tornei síndico de condomínio, promovi a interação entre todos incentivando participação de todos em assembleias, debates informais e eventos comemorativos como Festa Junina.

O que um síndico de condomínio precisa fazer para ter seu trabalho reconhecido com os moradores?

O síndico de condomínio precisa ter uma comunicação muito clara com as pessoas, em especial os condôminos – baixe nossos modelos de cartas gratuitamente aqui. Uma informação clara evita ruídos de comunicação e julgamentos, principalmente em como o dinheiro vai ser gasto. Por isso, o síndico de condomínio precisa ser claro e muito preciso na comunicação com o morador em ocasiões como assembleias, envolvendo sempre o condômino nas discussões. Também é fundamental ter um conselho muito forte e atuante, colocando em prática a gestão colaborativa. Isso significa o síndico de condomínio deixar de ser um “mandachuva”. A ideia é ele ser uma figura aberta a falar e ouvir opiniões dos moradores em todas as maneiras.

Sabemos que ter funcionários parceiros no condomínio ajuda muito um síndico de condomínio no dia a dia. O que ele deve fazer para criar esta relação de parceria?

Para o síndico de condomínio ter um trabalho realmente de sucesso, ele precisa ter ajuda. E isso começa com bons prestadores de serviço, que por sua vez, devem ser respaldados pelo condomínio para que eles desempenhem bem suas funções. Para que haja confiança nessa relação, o síndico de condomínio precisa fazer uma boa triagem para que esses funcionários, além de desempenharem essas funções diárias, possam ter uma comunicação clara e boa com você. O colaborador também precisa entender o propósito dele no condomínio, com um cronograma de trabalho definido, bem como a questão financeira para salário e compra de insumos. Por fim, o condomínio ainda tem que fornecer a seus funcionários as ferramentas adequadas e ideais para que o trabalho seja bem desenvolvido, seja para limpeza, portaria ou qualquer outra necessidade.

Neste contexto, terceirizar os serviços de um prédio ajuda nesta missão de ter pessoas parceiras ao lado do síndico de condomínio?

Com toda a certeza! Hoje em dia, a terceirização de serviços é muito mais viável. O condomínio é como se fosse uma “empresa de missão crítica”, com serviços que não podem parar nunca como segurança, controle de acesso, limpeza, manutenção… Afinal, muitas das reponsabilidades de um condomínio são legais, contidas em código civil. Por isso, o síndico de condomínio também precisa ter respaldo para trabalhar, com uma equipe profissional que o ajude nesta missão. E isso, empresas terceirizadas fazem muito bem!

Quais são os prós de uma empresa terceirizada para um condomínio?

Como o síndico de condomínio precisa ter parceiros que respondam à altura a missão crítica do condomínio, com a terceirização, ele ganha agilidade, competência e profissionalização devido às reciclagens constantes que a empresa oferece a seus funcionários. No entanto, a maior vantagem é a financeira. Por exemplo: o condomínio em si não se planeja para ter funcionários, muito menos para mandá-lo embora com tudo aquilo que ele tem direito. E quando isso acontece, é um sufoco muito grande, o que obriga o síndico a fazer rateio para dispensar o colaborador. Com a terceirização, tudo que envolve o funcionário, bem como a parte de assuntos de recursos humanos, fica a cargo da empresa.

O que uma empresa terceirizada precisa ter para ser considerada adequada para o síndico?

Na minha opinião, hoje o síndico de condomínio busca, assim como os condomínios, um serviço personalizado. O atendimento é algo fundamental nos dias de hoje, pois ele gera empatia do prestador com o cliente e vice-versa. Claro que oferecer um portfólio bem amplo de soluções de trabalho para que o síndico se sinta respaldado, com um custo-benefício justo, é fundamental. Mas cativar o cliente com um bom atendimento é ainda mais essencial. Assim, a empresa terceirizada mostra que não trata o síndico de condomínio e o prédio como um simples número.

Em sua experiência como síndico de condomínio, qual o maior conselho que você daria a quem desempenha este papel para que ele seja feito com sucesso?

Independentemente se o síndico está nessa função pelo amor ou pelo valor, ele precisa fazer isso com todo carinho e dedicação. Afinal, lidar com pessoas é algo muito desafiador e complicada. E o síndico de condomínio precisa estar preparado para lidar com isso. Se para o síndico fatores como rejeição, discordância, tolerância e diálogo forem um problema, a gestão dele não vai ser nada legal.

Deixe uma mensagem final para os leitores do blog da Allport

Ao encarar o desafio de ser um síndico de condomínio, é fundamental que você estude muito sobre a função. Só assim você vai saber as implicações que isso vai causar em sua vida. Afinal, esse é um cargo legal perante a lei em que você tem compromissos. E pelo código civil, o síndico não pode alegar ignorância, dizendo que não fez algo porque não sabia. Então, se você quer ser síndico de condomínio, estude bastante sobre o cargo e procure ficar por dentro de todo o código civil. Você vai precisar cumprir com tudo aquilo que você prometeu em seu mandato. Afinal, você vai ser cobrado por isso!